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QUANDO O DESAPARECIMENTO DE UMA ESPÉCIE MUDA TUDO?


Quando mergulhadores exploravam as águas litorâneas da costa oeste dos Estados Unidos, no litoral da Califórnia era comum o encontro com uma espécie de estrela-do-mar, a estrela-girassol. Um animal que pode chegar a medir um metro de diâmetro e possui cerca de 24 braços. De uma cor intensa, era encontrada em abundância na base de costões rochosos, se alimentando de mexilhões, e especialmente, de ouriços-do-mar. Porém, a partir de 2013, algo mudou no ambiente. Mergulhadores passaram a encontrar na região milhares de braços e esqueletos de estrelas-do-mar. As estrelas estavam morrendo, especialmente, a estrela-girassol. As encontradas vivas, estavam doentes, com feridas na pele e perdendo seus braços. Seis anos depois, em 2019, elas praticamente desapareceram da região, uma redução e cerca de 90%.


Por que as estrelas estão morrendo?


Estudos mostraram que a doença das estrelas-do-mar era causada por um vírus, chamado de densovírus. Embora, este vírus seja capaz de infectar várias espécies de estrelas, a estrela- girassol foi a mais afetada. A procura de respostas, vários estudos ecológicos foram realizados desde 2013 e, foi encontrado uma forte relação entre a mortalidade das estrelas-girassol pelo vírus e o aquecimento das águas do oceano pacífico, especialmente, em períodos de el ninho. Os cientistas acreditam que o ambiente mais quente estaria estressando fisiologicamente o sistema imunológico das estrelas-girassol, deixando-as mais suscetível a infecção viral.


Qual o impacto ambiental da diminuição populacional das estrelas-girassol?


As estrelas-girassol ocupam um papel fundamental na dinâmica de várias populações marinhas, sendo considerada uma espécie-chave. Elas são os principais predadores de ouriços-do mar e mexilhões. Na ausência de seus principais inimigos naturais, as populações de ouriços explodiram, impactando fortemente as florestas de algas, seu principal alimento. As florestas de algas marinhas possuem uma grande importância biológica, servindo de alimento para várias espécies, de berçário e refúgio de peixes jovens, entre outras espécies. A dizimação das algas já mostrou impactos negativos nas populações de lontras marinhas, várias espécies de peixes, inclusive alguns de valor econômico, de caranguejos e, mesmo, na população de baleias. Os mexilhões, também estão aproveitando a ausência de seus principais predadores, aumentando em densidades nos costões rochosos, litorâneos, local onde vivem fixados.


Floresta de algas

Como vemos, a diminuição da população da estrela-girassol interfere, diretamente e indiretamente, em vários níveis das cadeias alimentares da região. Este processo é chamado de cascata trófica.


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