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Prof. Marco Nunes

Editor do  Nerd Cursos - Biologia

Um portal de materiais de estudos para o Enem e vestibulares

Vitória da Conquista - Bahia - Brasil

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ROTEIRO DO PODCAST

8 – Autofagia, a reciclagem celular

 

Música de abertura: Ricky Martin - Livin'la Vida Loca

 

Olá estudantes! Sou o professor Marco Nunes e este é o podcast semanal do Nerd Cursos, um portal gratuito de materiais de apoio ao estudo para o Enem e vestibulares. O tema deste podcast é biológico, é sobre o prêmio Nobel de Medicina de 2016.

 

Vamos a uma introdução ao assunto, ouvido o hino nacional da Suécia, tocado na abertura das cerimônias do Prêmio Nobel.

 

Em outubro de 2016, a Academia Real Sueca de Ciências, anunciou o vencedor do prêmio Nobel de Medicina, o biólogo japonês Yoshinori Ohsumi, de 71 anos, professor do Instituto Tecnológico de Tóquio, Japão, por estudos do mecanismo da autofagia, um processo biológico em que as células digerem partes de si mesmas e se renovam.

 

Sinal de início da aula

 

Ouvindo a música instrumental Eve, do Highvolt Mc, vou explicar como este assunto pode ser abordado em vestibulares.

 

Vocês sabem que todos os seres vivos, exceto os vírus, são constituídos por células, por isto, as células são consideradas a unidade fundamental dos seres vivos.

 

Lembram que há dois tipos básicos de células, as procarióticas e as eucarióticas. E que, a principal diferença entre elas, é a organização do citoplasma, o meio interno delimitado pela membrana celular. Nas células procarióticas, o citoplasma é um meio, sem subdivisões, onde ocorre todas as reações do metabolismo celular. Já  nas células eucarióticas, há no citoplasma um conjunto de compartimentos membranosos lipoproteicos, chamados de organelas celulares membranosas, onde ocorrem reações químicas específicas no interior de cada compartimento.

 

Mas para tratar do assunto desse podcast, irei destacar aqui as organelas envolvidas no processo de autofagia, os lisossomos.

 

Os lisossomos são bolsas membranosas, que contêm em seu interior, enzimas hidrolíticas, também chamadas em uma linguagem mais simples de enzimas digestivas. Elas são capazes de quebrar macromoléculas, como proteínas, lipídios, ácidos nucleicos e polissacarídeos em suas micromoléculas constituintes. Os lisossomos inativos são chamados lisossomos primários. São encontrados nas células de protozoários, fungos, animais e dos vegetais inferiores, como as briófitas, representadas pelos musgos e pteridófitas, exemplificadas pelas samambaias.

 

Os lisossomos realizam um processo de digestão dentro das células, a digestão intracelular. Há dois tipos: a heterofagia e a autofagia.

 

A heterofagia, ocorre por exemplo em amebas, onde os lisossomos realizam a digestão de bactérias e algas, seus principais alimentos. O processo envolve inicialmente um processo de fagocitose, que abraça o alimento com expansões celulares, chamadas de pseudópodes e forma uma bolsa membranosa no interior do citoplasma da ameba, chamada fagossomo ou vacúolo alimentar. Em seguida, o fagossomo une-se ao lisossomo primário, formando o lisossomo secundário, também chamado de vacúolo digestivo, onde ocorre a digestão das macromoléculas do alimento. As enzimas digestivas do lisossomo secundário, rapidamente digerem as partículas alimentares e os produtos desta digestão, fluem para o citoplasma para servirem de matéria-prima para a produção dos componentes celulares ou como fonte de energia.

 

Você ouve Gotye, com a  música Somebody That I Used To Know.

 

Os lisossomos podem digerir também, partes da própria célula, em um processo chamado autofagia. Nesse “canibalismo” dos próprios componentes celulares, proteínas celulares são digeridas em aminoácidos, que podem ser utilizados para a produção de outras proteínas ou como fonte de energia para sustentar a atividade celular. A utilização das proteínas como fonte energética, ocorre durante processo de jejum prolongado e na Diabetes Mellitus, onde sem receber glicose, algumas células consomem suas próprias moléculas, para manter seu funcionamento. Nos músculos, isso provoca perda de massa muscular. A autofagia pode também digerir organelas celulares. A princípio, pensou-se que isto era um processo negativo, pois destruiria componentes celulares, contribuindo para a morte celular, mas atualmente, se sabe que muitos dos componentes celulares degradados pelos lisossomos, no processo de autofagia, são desgastados pelo uso. Quando uma mitocôndria, por exemplo, está velha e funcionando mal, ela é envolvida por membranas do retículo endoplasmático, formando um vacúolo autofágico ou também chamado de autossomo, que em seguida, se funde aos lisossomos primários, formando lisossomos secundários, que você deve se lembrar, é o local onde as enzimas digestivas digerem as macromoléculas, no caso, as que formam a estrutura das mitocôndrias. As moléculas resultantes da digestão das mitocôndrias, podem ser utilizadas para a produção de novos componentes celulares, portanto, pode-se considerar a autofagia como um processo de reciclagem, benéfico para a continuidade da vida celular.

 

O processo de autofagia é estudado desde a década de 1960, mas o biólogo Yoshinori Ohsumi foi contemplado com o Nobel de medicina por ter aprofundado o conhecimento do processo, identificando a partir de estudos realizados na década de 1980, em leveduras, que é um tipo de fungo, e depois em outros tipos celulares, como nas células animais, os genes envolvidos na regulação do processo autofágico. A partir disso, o cientista mostrou que erros no código desses genes, podem estar ligados a doenças como Parkinson, onde células nervosas são mortas progressivamente, diabetes que tem como um dos sintomas consumo de proteínas musculares e câncer, onde as células se multiplicam constantemente e não morrem, como em tecidos normais. Mais recentemente, diante da possibilidade desse processo pode ser acelerado ou retardado, a autofagia tornou-se uma estratégia promissora a ser usada no futuro, no tratamento dessas e outras doenças.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O podcast acaba por aqui, mas nossa interação pode continuar em www.nerdcursos.com.br/podcasts. Lá você pode ler o roteiro do programa, ver imagens, acessar links e alimentar o podcast com dúvidas e comentários que podem dar origem a outros programas.

 

Participaram deste episódio: na abertura Ricky Martin com Livin'la Vida Loca, Highvolt Mc, Gotye e eu, o professor Marco Nunes, sempre trazendo assuntos de atualidades que podem aparecer nos vestibulares.

 

Sinal de final da aula.

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