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Prof. Marco Nunes

Editor do  Nerd Cursos - Biologia

Um portal de materiais de estudos para o Enem e vestibulares

Vitória da Conquista - Bahia - Brasil

Contato: profmanunes@gmail.com

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ROTEIRO DO PODCAST

10 – Destino do Lixo no Brasil

 

¯Música de Abertura: Elvis Presley - A Little Less Conversation

 

Olá estudantes! Sou o professor Marco Nunes e este é o podcast semanal do Nerd Cursos, um portal gratuito de materiais de apoio ao estudo para o Enem e vestibulares. O tema deste podcast é ecológico. É sobre uma forma de poluição ambiental que todos estamos envolvidos, o lixo.

 

Vamos a uma introdução com um breve histórico, ouvindo ao Nem Luxo Nem Lixo de autoria de Rita Lee e Roberto de Carvalho em uma versão do grupo Divina Caffé.

 

Os homens primitivos eram uma pequena população de nômades. Viviam em cavernas, se alimentavam da caça, da pesca e da coleta de frutas e raízes. Vestiam peles de animais. Quando o alimento se tornava escasso, se mudavam para outro local e os seus "lixos" eram logo decompostos. O homem "civilizou-se" e, passou a produzir peças de cerâmicas, instrumentos para o plantio, roupas de tecidos e moradias. Começou a criar animais e cultivar vegetais e se sedentarizou. A produção de lixo, consequentemente, foi aumentando e se concentrando. A partir da revolução industrial, a produção de bens de consumo aumentou, bem como a produção de lixo. Até o século XX, o lixo urbano era principalmente orgânico, capaz de ser reciclados pelos ciclos biogeoquímicos da natureza, mas durante o século XX mudou de perfil, e passou a apresentar novos materiais, como fraldas, absorventes, latas, espumas, plásticos, isopores, lâmpadas, baterias, pilhas e equipamentos eletrônicos. O lixo, tornou-se muito abundante, perigoso para o ambiente e para a saúde e, dificilmente reciclável pelos ciclos da natureza. Criou-se então um grande problema, o que fazer com o lixo.

 

Você está ouvindo, Ricardo Augusto, com Saco de lixo, música que faz parte do álbum do II Festival de Música Educadora.

 

Sinal de início da aula.

 

Vamos aprofundar o assunto ouvindo os rapazes do The Piano Guys, interpretando The Cello Song.

Em uma linguagem técnica, lixo são os resíduos sólidos descartados pelo homem. São classificados quanto a sua origem em doméstico, comercial, público e de fontes especiais, como o industrial, radiativo, portuário, aeroportuário, agrícola e de serviços de saúde.

 

Os brasileiros, produzem em média um quilo de lixo por dia. É metade da quantidade produzida por países ricos como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, mas, mais que o dobro de muitos países pobres e da África e Ásia. Em 2013, produzimos cerca de 76 milhões de toneladas. Destes, 10% não foi coletado, sendo lançado de forma inapropriada em rios e áreas clandestinas, causando vários impactos no ambiente, como, enchentes, doenças e poluição das águas superficiais e subterrâneas, além de causar poluição visual.

 

Entre os resíduos coletados, 42% foram depositados em lixões e aterros improvisados. Um lixão, é uma área de destinação final de resíduos, onde o lixo é amontoado, não apresentando nenhum tipo de proteção do solo, lençóis freáticos e do ar. Neles, o material orgânico entra em decomposição, produzindo o chorume e o gás metano. O chorume é um líquido que pode penetrar na terra, chegando aos lençóis freáticos contaminando as águas. Já o metano, é um dos gases resultantes da decomposição biológica do lixo, quando liberado na atmosfera, o metano contribui para o aquecimento global. O lixão atrai animais, alguns transmissores de doenças, como, moscas e ratos. O lixão pode torna-se fonte de renda ao ser invadido por catadores, que recolhem o material reciclável em condições indignas e inseguras.

 

Somente 58% dos resíduos sólidos urbanos coletados tiveram destinação final mais adequada, encaminhados para aterros controlados e aterros sanitários. Os aterros controlados são lixões melhorados, pois recebem cobertura de argila, queimam o metano e recolhem o chorume. São cobertos com terra diariamente, fazendo com que o lixo não fique exposto e atraia animais. Já os aterros sanitários são espaços planejados para captar e tratar os gases, geralmente por queima do metano, cujo o calor pode gerar energia elétrica. São impermeabilizados, sendo possível a coleta do chorume, que é tratado, protegendo o solo e os lençóis freáticos. Por ser coberto por terra diariamente, não há proliferação de pragas urbanas. A construção e manejo dos aterros sanitários é cara e cerca de 62% dos municípios brasileiros efetivamente não conseguiram se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos, promulgada em 2010.  Esta legislação previa que a partir de 2014, todo os munícipios deveriam implantar coleta seletiva, encaminhar os resíduos recicláveis para a cadeia produtiva e só mandar os resíduos sólidos não recicláveis para aterros sanitários.

 

Mudar esta situação é uma tarefa complexa, que envolve atitudes em vários níveis. As indústrias devem racionalizar a produção dos produtos e embalagens, diminuindo o uso dos recursos naturais e gerando menos resíduos. O consumidor, optar por produtos com pequeno volume de embalagens e que sejam recicláveis. Nas casas, os resíduos devem ser separados em orgânicos, recicláveis e não-recicláveis. Os recicláveis e não-recicláveis devem ser encaminhados a um sistema de coleta seletiva que destine o material reciclável para serem aproveitados e os não-recicláveis para aterros sanitários.

 

Mas o que fazer com o lixo orgânico doméstico? A primeira medida é diminuir a produção, utilizando ao máximo os alimentos. O que não puder ser utilizado, deverá ser encaminhado para compostagem, um   processo em que os resíduos orgânicos são consumidos por vermes, como minhocas, e decompostos por fungos em bactérias em um material rico em nutrientes, o húmus, que pode ser utilizado como adubo. Há vários sistemas de compostagem, alguns adaptados para pequenos espaços, podendo ser realizado inclusive em apartamentos. O destino adequado dos resíduos orgânicos, impede a contaminação de materiais recicláveis, bem como, não atraem animais.

 

Os resíduos sólidos recicláveis são exemplificados pelos metais, como aço e alumínio, papel, papelão, embalagens tetrapak, como as de leite, diferentes tipos de plásticos e vidro. Para melhor manejo deste lixo, ele deve separado dos demais nas residências, no caso de embalagens plásticas e metálicas, devem ser limpas com água para não atrair animais e causar mal cheiro. O papel deve ser guardado em lugar seco. Estes cuidados preservam a qualidade do material e o seu valor. O bom manejo deste tipo de lixo, diminui seu volume e poupa recursos materiais e energéticos, podendo constituir fonte de renda para uma cadeia produtiva de aproveitamento do lixo.

 

Mas alguns resíduos sólidos são de difícil ou dispendiosa reciclagem, como por exemplo, fraldas, absorventes, cotonetes, peças de porcelanas. Este tipo de lixo deve ser separado para ser coletado pelo sistema de coleta de lixo municipal e serão encaminhados para um aterro sanitário controlado. Lâmpadas fluorescentes, pneus, equipamentos eletrônicos e pilhas, embora possam ser recicláveis, não podem ser encaminhados para o sistema de coleta convencional, pois envolve alta tecnologia de reciclagem ou cuidados especiais. Então, devem ser destinados para logística reversa, ou seja, devolvidos para os fabricantes para que sejam devidamente manejados e seus componentes reaproveitados, sem causar riscos ambientais.

 

Você está ouvindo, o cantor e DJ norte americano Moby, com a música Beautiful. Essa música faz parte da trilha sonora do emocionante documentário “Lixo Extraordinário”, que mostra o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz, em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, ele interage com os catadores e os conduz na transformação do lixo em arte e da arte na transformação do espírito humano.  

 

É! O lixo é um enorme problema e muita gente prefere ignorá-lo, agindo como se não fosse responsável e não fizesse parte da solução. O lixo de uma pessoa revela muito da sua consciência cidadã e ecológica.

 

O podcast acaba por aqui, mas nossa interação pode continuar em www.nerdcursos.com.br/podcasts. Lá você pode ler o roteiro do programa, acessar links e alimentar o podcast com dúvidas e comentários, que podem dar origem a outros programas.

Participaram deste episódio: na abertura, Elvis Presley com A Little Less Conversation, durante o episódio, Divina Caffé, Ricardo Augusto, The Piano Guys, Moby e eu, o professor Marco Nunes, reciclando suas ideias para o Enem e vestibulares.

 

E para terminar um trecho de uma entrevista do coletor de lixo que participou do documentário Lixo extraordinário*: 

* No  audio do podcast.

 

Sinal de final da aula

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